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Romanos 3:1-20 (Contexto Literário)

Romanos 3:1-20

Resumo: Paulo começa abordando os privilégios e vantagens dos judeus por terem recebido a revelação de Deus através da Lei. No entanto, ele ressalta que mesmo que alguns judeus tenham sido infiéis, isso não anula a fidelidade de Deus. Ele argumenta que a fidelidade de Deus prevalece, independentemente das falhas humanas.

Paulo faz uma afirmação enfática de que todos, judeus e gentios, estão debaixo do pecado. Ele cita vários versículos do Antigo Testamento para mostrar que não há ninguém justo, nenhum sequer que busque a Deus por conta própria. Ele destaca a perversidade da humanidade e a necessidade universal de redenção.

Paulo conclui esta seção argumentando que ninguém será justificado diante de Deus pelas obras da Lei, porque a Lei revela o conhecimento do pecado, mas não pode redimir. Ao invés disso, a Lei aponta para a consciência do pecado. A justificação diante de Deus não é alcançada pela observância da Lei, mas pela fé em Jesus Cristo.


Ao povo judeu foi confiada a logia theou, as “declarações”, ou mais propriamente, os “oráculos de Deus” (NRSV, ESV, NASB). O termo que Paulo usa geralmente significa “declarações”, mas em vários contextos refere-se mais estritamente ao discurso revelatório – isto é, oráculos (por exemplo, Núm. 24:4, 16 LXX; Filo, Confusão 166; José 95; Decálogo 16). Como mostram as seguintes citações das Escrituras feitas por Paulo, esse é o caso aqui. Ele não tem apenas em vista promessas divinas, como sugerem alguns intérpretes. Na sua referência às “palavras” de julgamento de Deus (logoi [3:4]) ele recorda os “oráculos” (logia [3:2]) confiados a Israel. Seu foco repousa na acusação divina contra a humanidade que esses oráculos revelam (3:4, 10–18).

Isso não quer dizer que ele não tenha em vista as promessas de Deus. Já observamos como em 3:17-18 a revelação da justiça de Deus depende da revelação de sua ira. Assim como as promessas de Deus garantem a libertação através do julgamento (não dele), também o julgamento divino é o veículo pelo qual as suas promessas são garantidas. A falha de “alguns” em acreditar nos oráculos divinos (e, portanto, em acreditar no evangelho) não anula a fidelidade de Deus, mas antes a estabelece (3:3-4). A pergunta retórica em 3:3: “A incredulidade deles não anula a fidelidade de Deus, não é?” permite que Paulo reformule o assunto. A incredulidade judaica não levanta uma questão, mas antes confirma os “oráculos de Deus”. Há uma disputa entre Deus e a humanidade sobre quem está falando a verdade. A acusação de Deus de que os seres humanos são “mentirosos” está estabelecida na incredulidade de “alguns” dentro de Israel.

Em última análise, Deus também superará esta incredulidade; esse é o tema de Rom. 9–11. A atenção imediata de Paulo repousa simplesmente no triunfo de Deus. A fidelidade de Deus (3:3; cf. Deuteronômio 7:9; 32:4; Lamentações 3:23) – isto é, o fato de ele ser “verdadeiro” (cf. na LXX: Salmos 30:6; 70:22). ; 118:90; Isa. 65:16) – não é minado pela incredulidade de “alguns” judeus. Pelo contrário, Paulo diz: “Seja Deus verdadeiro e todo ser humano mentiroso” (3:4). O versículo 4 deve ser considerado não como um mero desejo, mas antes como um pronunciamento apostólico. A linguagem lembra não apenas a descrição da idolatria em 1.18-32 (ver 1.18, 25; cf. 2.8), mas também a contenda entre o Senhor e as nações conforme aparece em Isa. 40–48, particularmente a linguagem de Isa. 41:26. As nações com os seus ídolos não podem apresentar ninguém que anuncie a salvação e a cumpra. Eles não podem oferecer a ninguém a quem se deva confessar: “Ele está certo [ṣaddîq] (Isa. 41:26 LXX: “É verdade [alēthē]!” cf. 43:9; 47:10). É somente o Senhor quem promete e cumpre e assim mostra que é o verdadeiro Deus e Criador. Da mesma forma, de acordo com Paulo, “Todo ser humano é mentiroso”. Esta segunda parte do pronunciamento reflete o Sal. 115:2 LXX (116:11 MT), que tem em vista a tentativa humana de autopreservação e justificação. Na aflição, o salmista passou a confiar em Deus (Sl 115:1 LXX [116:10 MT]; cf. 2Co 4:13). Dizer neste contexto que todos são mentirosos é dizer que todos são hipócritas, que podem fingir que oferecem ajuda, mas são incapazes de fazê-lo (cf. Sal. 118:6-9; 146:3; Romanos 2:17-9). 29). Paulo não monta uma teodicéia aqui; ele anuncia o triunfo de Deus sobre a mentira humana.

O triunfo de Deus ocorre necessariamente na mentira humana (3:4). Deus é “verdadeiro” porque a sua palavra, que anuncia a idolatria e a incredulidade humanas, se cumpre. A declaração inicial de Paulo está, portanto, enraizada nas Escrituras, onde o salmista faz a surpreendente confissão a Deus de que ele pecou “para que sejas justificado nas tuas palavras, e triunfes quando julgares” (Sl. 51:4 [51:6 MT ; 50:6 LXX]). A citação começa com a cláusula de propósito (hopōs [heb. lĕma ʿan]; cf. b. Sanh. 107a; Midr. Sal. 51:3), lembrando, mas sem citar, a confissão “Eu pequei”, pela qual o substitutos do pronunciamento apostólico. Paulo convida seus leitores à mesma confissão em primeira pessoa.

A justificação de Deus é o seu triunfo no julgamento. Como de costume, a citação de Paulo corresponde à da LXX, alterando o hebraico zakah (“ser puro”) para nikaō (“triunfar”). Seu uso do indicativo futuro (nikēseis) em vez do subjuntivo aoristo da LXX (nikēsēs) é semanticamente insignificante. No máximo, Paulo sugere o julgamento final com um pouco mais de força do que a LXX. Tanto aqui como na LXX, o infinitivo krinesthai é provavelmente uma forma intermediária, a ser traduzida ativamente: “contender judicialmente” (cf. 1 Coríntios 6:6; Isa. 50:8 LXX; Jeremias 2:35; 32). :31 LXX [25:31 MT]). A iniciativa cabe a Deus, cujos “oráculos” trazem a acusação à qual o ser humano deve responder, seja na confissão e na fé, seja na persistente mentira da incredulidade.

Paulo antecipa a resposta humana (“Estou falando em termos humanos” [3:5]) à sua afirmação do reino de Deus no pecado humano em duas perguntas retóricas. A primeira é de alcance universal: “Se a nossa injustiça estabelece a justiça de Deus, é injusto o Deus que traz a ira?” Paulo rejeita esta questão com um simples apelo à expectativa – obviamente partilhada pelo seu parceiro de diálogo – de que Deus ainda deve julgar o mundo (3:6). Ele então reafirma a questão em termos diferentes: “Se a verdade de Deus abundou em minha mentira para sua glória, por que ainda sou condenado como pecador?” (3:7). Como no primeiro caso, Paulo coloca sua resposta entre colchetes: é blasfêmia sugerir que más ações não enfrentarão julgamento. Ele não irá além desta verdade com mais perguntas. Aqui, novamente, a justiça de Deus é a sua veracidade, a sua fidelidade às suas palavras (ver 3:5). Paulo usa um breve quiasma para apontar a fidelidade de Deus na incredulidade judaica (ver 3:3). Ele também passa do universal para o pessoal: é na minha mentira que abunda a verdade de Deus; Eu sou aquele que está condenado como pecador.

A conclusão também aparece na forma de uma resposta a uma pergunta: “E então? Damos uma desculpa? De jeito nenhum.” As objeções anteriores são desculpas que devem ser rejeitadas: “Porque já acusamos que tanto judeus como gregos estão debaixo do pecado” (3:9). Paulo agora deixa claro o cerne do seu argumento: o ataque à idolatria e ao moralismo é, em última análise, um ataque aos falsos ideais que mantêm cativos judeus e gentios. O desenvolvimento do argumento do discurso aos meros “seres humanos” (1:18; 2:1) para o judeu (2:17) reflete o estado decaído em que eles estão em comum (3:23).

A acusação é que tanto judeus como gregos estão “sob o pecado” (3:9). A expressão antecipa a declaração ampliada em 7:14: “Sou carnal, vendido sob o pecado”, que reflete a linguagem de Isa. 50:1 (“Vocês foram vendidos [para a escravidão e exílio] por causa dos seus pecados”). Na medida em que ele se lembra de Isa. 52:5 LXX em 2:24, Paulo já usou a imagem do exílio para descrever a queda humana. Aqui a ideia molda claramente a sua linguagem. Além disso, é uma acusação que Paulo apresenta contra os seres humanos. Somos responsabilizados por nossa culpa. No entanto, paradoxalmente, a acusação é precisamente a de que estamos sob o pecado; fomos entregues por Deus ao seu poder e somos incapazes de nos libertar. Todo o argumento de Paulo até este ponto está resumido nesta declaração, na qual a nossa confissão de culpa (1.18-2.29) confirma a palavra de Deus que nos consignou ao pecado (3.1-8).

O testemunho apostólico é apenas um eco da voz das Escrituras. Paulo segue sua acusação com uma citação em cadeia, a citação mais longa das Escrituras em todas as suas cartas. O apóstolo falou apenas o que estava escrito (“assim como está escrito” [3:10a]). A catena parece ser uma composição própria, pois não tem paralelos.

A citação se divide em duas partes. A primeira seção fala da rejeição humana a Deus, terminando com uma declaração transitória sobre o fracasso dos seres humanos em praticar a bondade uns para com os outros (3:10b-12). A segunda seção fala da violência humana contra os outros em palavras e ações, na conclusão recorrendo ao tema da rejeição humana a Deus (3:13-18).

A citação das Escrituras feita por Paulo em 3.10b-12 está mais próxima do Salmo. 13:1–3 LXX (14:1–3 MT) do que ao Salmo paralelo. 52:2–4 LXX (53:1–3 MT), mas a transmissão do Sal. 13 A LXX foi influenciada pelo texto de Romanos, de modo que a relação permanece incerta. As palavras de Paulo são suficientemente diferentes de ambas e é possível que ele ecoe o texto hebraico. A declaração de abertura é uma reformulação do Sal. 13:1, 3 LXX, em que se repete a acusação de que “não há ninguém que pratique bondade, nem sequer um”. No lugar de “ninguém pratica bondade”, Paulo substitui “ninguém é justo”, talvez recorrendo a Eclesiastes 7:20 (“Não há justo na terra”). Considerando que Sal. 13 A LXX fala aqui de fazer o bem aos outros, Paulo muda para a relação humano-divino, na continuação de seu argumento a respeito da justificação de Deus. Este movimento também está de acordo com a ênfase do salmo, que anuncia o pensamento do tolo (“Deus não existe!” [cf. Rom. 1:21]), e sua acusação de que “ninguém busca a Deus” (Sl. 13:2 LXX). Paulo retoma brevemente as relações humanas de que fala o salmo. Mas a sua liberdade interpretativa na citação é óbvia.

Ele omite a declaração narrativa de abertura do Sal. 13:2 LXX, que o Senhor olha do céu para a humanidade “para ver se há alguém que entenda ou busque a Deus”. A investigação torna-se assim uma declaração em 3:11: “Não há ninguém que entenda. Não há ninguém que busque a Deus.” Correspondentemente, contra o Ps. 13:2 LXX, os particípios são articulados. O texto em 3:12 segue o Sal. 13.3 LXX, além do uso do artigo com o particípio em 3.12c (ho poiōn chrēstotēta [mas veja o vl]):

a Todos se desviaram (cf., por exemplo, Deuteronômio 29.17 [29.18 ET]; 31.29 LXX).

b Juntos, eles foram arruinados.

c Não há ninguém que faça bondade.

d Não há sequer um.

O texto justapõe atos de desobediência (3:3a, c) à experiência passiva (3:3b). A expressão “fazer bondade” pode recordar a bondade de Deus (2:4), que a humanidade rejeitou.

A acusação de que a humanidade não pratica a bondade, que completa a acusação no Sal. 13.1-3 LXX, numa inclusio, fornece a transição para a “segunda tábua da lei”. A atenção de Paulo se volta para os males cometidos ao próximo ao citar uma série de oito breves pronunciamentos contra os inimigos dos salmistas — e do Senhor. Os quatro primeiros tratam da fala humana, o próximo par trata da conduta humana e o par final resume o todo:

A 3:13a : Uma sepultura aberta (é) a garganta deles (Sl 5:10c LXX/MT [5:9c ET]).

B 3:13b : Com suas línguas enganam (Sl 5:10d LXX/MT [5:9c ET]).

A 3:13c : Veneno de víboras (está) sob seus lábios (Sl. 139:4b LXX [140:4b MT; 140:3b ET])

B 3:14a : Cuja boca de maldição e amargura está cheia (Sl 9:28 LXX [cf. Sl 10:7 MT/ET]).

A linguagem bíblica que Paulo emprega é tipicamente concreta. Sua citação corresponde literalmente à LXX em todas as cláusulas, exceto na última. Lá, a LXX difere do TM (“uma maldição que sua boca enche, e engano e opressão”) ao abrir com um pronome relativo, ao adicionar o termo “amargura” (pikria) e ao omitir o termo final “opressão” (“de quem a sua boca enche de maldição, de amargura e de engano”). Na LXX, em oposição ao TM, a acusação é, portanto, mais estritamente limitada ao discurso do oponente. Essa ênfase corresponde à de Paulo. Ele simplesmente muda para uma forma plural (“sua boca”) em linha com suas citações anteriores, abandona o terceiro elemento da acusação (“engano”), evitando a repetição do pensamento de 3:13b, e muda o verbo para a posição final., mantendo o paralelismo com 13b e uma estrutura ABAB do todo. Em seus contextos originais, 3:13c e 3:14a são unidos, na frente e atrás, respectivamente, a orações que falam da “língua”. Mas o empilhamento de números é típico dos salmos, de modo que não é preciso imaginar que Paulo esteja usando ligações de palavras-chave para construir sua declaração. Ele está simplesmente escolhendo uma gama completa de imagens bíblicas para defender seu ponto de vista enfaticamente.

A “mentira” humana que nega a Deus na incredulidade encontra a sua primeira expressão no falar para com o próximo: no engano mortal, no veneno, na maldição e na amargura. A lista de vícios em 1.29-31 é composta principalmente de pecados da língua. Paulo aqui pode lembrar algo do fracasso do discurso interior do moralista (2:1-16) e do interlocutor judeu (2:17-24). Agora Paulo nomeia os órgãos da fala (garganta, língua, lábios, boca) como o locus fundamental da decadência humana. Tal como nos salmos que ele cita, a pecaminosidade humana está simultaneamente enraizada no “ser” do ser humano caído (“a sua garganta é uma sepultura aberta”) e expressa em ações culpáveis (“com as suas línguas enganam”).

Nas quatro cláusulas finais, Paulo volta-se para os “caminhos” humanos. O par final de cláusulas resume toda a catena, retornando ao tema da recusa humana em reconhecer Deus:

Rt 3.15 : Seus pés são rápidos para derramar sangue (Is 59.7a-b; Pv 1.16).

B 3:16 : Destruição e angústia (estão) em seus caminhos (Is 59:7d),

B 3:17 : E o caminho da paz eles não conheceram (Is 59:8a).

A 3:18 : Não há temor de Deus diante de seus olhos (Sl 35:2 LXX [36:2 MT; 36:1 ET]).

Em 3:15 Paulo continua o padrão que ele já estabeleceu, falando primeiro do “ser” humano – isto é, o padrão humano caído de existência. Agora estão à vista “pés” humanos: eles são rápidos para derramar sangue. A colocação do adjetivo “rápido” (cf. Amós 2:15) cria uma medida de paralelismo com 3:13a. Como resultado, Paulo varia um pouco da LXX, que por sua vez difere da Isa. 59:7a-b MT. A próxima cláusula em Romanos descreve o efeito dos “caminhos” humanos: destruição e angústia. Aqui Paulo segue Isa. 59:7d LXX, que fica perto do MT. Ele omite Isa. 59:7c (“seus pensamentos são pensamentos de maldade”), o que não se enquadra no tema da conduta humana. Além de um verbo diferente para “conhecer” (ginōskō no lugar de oida), Paulo reproduz a leitura da LXX de Isa. 59:8a em 3:17.

As palavras de Isa. 59:7-8 que Paulo cita foram originalmente dirigidos contra “a casa de Jacó” (Is 58:1, 14); sua citação reflete, portanto, a acusação que ele já apresentou: para aqueles que têm ouvidos para ouvir, o próprio Israel está incluído na acusação contra os ímpios. A catena de Paulo funde a acusação profética contra o povo de Deus com a queixa dos salmistas contra os seus inimigos. Somente Jesus Cristo ocupa o lugar do salmista inocente e justo que reclama ao Senhor a respeito da maldade de seus inimigos (Bonhoeffer 1970: 17–21). Aqueles que crêem também ficam ali (ver Romanos 8:31-39).

Paulo extrai a declaração final da cadeia do Sal. 35:2 LXX (36:2 MT): “Não há temor de Deus diante dos seus olhos.” A linguagem no contexto é a estimativa do salmista do “discurso” do coração dos ímpios, que se expressa nas “palavras de suas bocas” (Sl 35.2-5 LXX; cf. Rm 3.14). A catena retorna assim implicitamente para Ps. 13:1 LXX (14:1 MT), que também descreve os pensamentos íntimos do “tolo”. No “temor de Deus” o vertical e o horizontal se encontram. E o inverso é verdadeiro: a violência contra o próximo é a consequência da rejeição de Deus. O caminho da paz permanece desconhecido para nós. Somente o evangelho traz a reversão desse julgamento, manifestado no louvor a Deus através de Jesus Cristo com “uma só boca” por judeus e gentios (Romanos 15:13; veja também 14:17, 19; 15:33).

O resumo de Paulo em 3:19-20 é hermenêutico. A questão de como se deve ler a lei esteve em jogo ao longo desta seção (2:17–3:20). O parceiro de diálogo judeu lê a lei como o dom do conhecimento da vontade de Deus, com a suposição subjacente de que o ser humano (sem dúvida com a ajuda divina) é capaz de colocar esse conhecimento em prática (2:17-24). Paulo lê a lei de uma maneira radicalmente diferente. Como “carta” – isto é, exigência escrita dirigida ao ser humano – tem uma esfera definida de autoridade e poder: quem ouve a lei está “na lei” (cf. 2,12). Neste âmbito a lei “fala”, anunciando a trágica sujeição do ser humano ao pecado. Fala para que “toda boca se feche” e todo o mundo seja culpado (hypodikos) diante de Deus. A frase anterior lembra o Sal. 63:11, que anuncia o fechamento da boca “aos que falam mentiras” (62:12 LXX: “injustiça”). A voz interior da consciência é insuficiente. O propósito salvador de Deus requer a voz externa da lei. Não é que Paulo imagine que os seres humanos sejam incapazes de fazer qualquer coisa que a lei exija. Obviamente, aqueles que possuem a lei são bem capazes de realizar as “obras da lei”, atos de observância externa que marcam uma pessoa como judeu (cf. 4Q398 14–17, II, 3). Paulo deve falar sobre a falsa conclusão que foi tirada a respeito destas “obras da lei”. “Nenhuma carne” pode ser justificada por essas ações diante de Deus. Nesta expressão (pasa sarx) Paulo alude a Gênesis 6:12: “toda a carne se corrompeu”. A alegação divina de que somos mentirosos fala-nos como pessoas caídas – uma realidade que funciona e não pode mudar. Não é a justificação que vem através da lei, mas sim “o conhecimento do pecado” – isto é, a experiência de pecar (ver Romanos 7:7-13).

Fonte: Commentary on the New testamento Use of the Old Testament de G. K. Beale and D. A. Carson


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